VIGNETTES


Em 1846 o matemático Le Verrier estranhou a órbita de Urano. Supôs o empuxo de outro planeta oculto atrás. Dias depois confirmou-se sua existência. O primeiro planeta descoberto por previsão matemática, algoritmo antes de ponto no céu. Seu primeiro nome foi Janos, o Deus dos começos. Pois agora era ele o portal a um cosmos invisível. Mas sua cor azul se impôs e optou-se por Netuno, o Deus dos mares. A solidão de Netuno é ser o único planeta do sistema solar que o olho nu jamais verá. Em calmo oblívio ele flutua. Sua solidão é também o sentimento daqueles que, ao não o verem, sabem-se pequenos. Naquela noite Le Verrier sonhou-se correndo o sistema solar e nas margens de Netuno contemplou a vastidão insondável do cosmos aberto. Mas virou-se e viu o planeta Terra e ali entendeu o poder das coisas pequenas.   



Após incontáveis dias de caminhada o viajante adentrou-lhe a sombra. Mais alguns dias e enfim a avistou. Em anéis concêntricos ela ascendia, suspensa em mais arcos do que era possível contar. O viajante estranhou-lhe a forma. Era circular. Quando criança mostraram-lhe uma imagem da Torre retangular, à qual acostumou-se. Depois veio a entender. Os que sobem a Torre dão-lhe voltas pois também em seus espíritos a moção é de subida ao infinito e de queda ao abismo para ao fim a mente retornar ao início, transformada. A alma é um círculo.



E fui eu feito um fantasma assombrar o colégio de minha infância, suas grades cuja graxa senti em meus dedos instante antes de tocar a pele, seu piso emborrachado verdeluz como o brilho suave de minha sonolência escolar, sua sala de elevadores toda recoberta de grossos azulejos rugosos, sua igreja de tendências modernas com o teto em declives regulares e o padre a entoar cânticos que os pais já nem fingem escutar, todos eles como os pais que eu conheci anos atrás, o mesmo enfermo odor, os mesmos olhos vítreos, as mesmas pinturas ilustrando a via crucis com seus personagens de cabeças lisas como bolas de bilhar, escorridas de tudo o que compõe o rosto humano salvo as sombras nas bordas para dar volume e peso, as mesmas trevas mastigando as orlas, corroendo as margens para depois de servidas descartarem o resto, tudo como antes exceto sucintas mudanças pois é delicado e detalhista o demiurgo deste mundo, ele o maior amante do gaguejo, beato do eco, compositor das mais belas e austeras, invencíveis procissões em sua teimosa recorrência, e que seja então duas vezes louvado pois tudo o que foi decerto será, e será, e será com senão uma única anomalia: eu já não sou, estou justo aqui buscando o que perdi, o que já não resiste em mim, o que a marcha dos momentos digeriu e defecou nalgum ponto de minha jornada. Ai, cidade minha. Antes eu não sabia contemplar-te. Mas agora sinto-te, enfim. Sobretudo no encanto das coisas antigas vistas sob novos olhos, meus olhos encharcados de outras terras que agora reparam virginais o que antes eu não via pois sempre comigo, oculto sob o espectro da intimidade. Como o veludo da ventania austral e o verde úmido das folhagens, a neblina oceânica polvilhando de cinza as areias das praias e os sopros das orquídeas tumescendo as narinas, os ornatos de natal atrás das janelas das salas de estar, o homem nu que pinta a parede de branco, a matrona que tosse com o neto no colo, os amantes — a mulher com a saia na cintura e o homem de mochila olhando-me de lado — com as costas na viga de concreto nos jardins de Alah, as asas dos pássaros sobrevoando a coroa dos arranha-céus, garrafas de vinho vazias na relva, no pilotis o venerável ancião apoiado na bengala de bambu pingando os pés sobre o chão encerado, a gorda depilando os sovacos no passageiro do carro estacionado de porta aberta, o som cristálico do músico dedilhando a sua lira entre as mesas à meia-luz de velas, famílias e amigos de faces trêmulas como lâmpadas com dentes papeando em frases cortadas pelo mascar da comida. E tudo isto sou eu, também. Não excluo serem todos Tomas, eu o pai e a mãe e o padre, eu as figuras de faces lisas e a tosse da velha, a saia da mulher e a cueca do rapaz, as penas nos prédios e o arco da bengala e os dentes de vidro e a comida moída, tudo eu menos aquele que anda, e escreve, e anda, e escreve, tantas vezes quantas quis o demiurgo, este eu não sou, pois como pode alguém ver com os mesmos olhos que fitam-no de volta?



Os notáveis construtores de Babel atingiram a planície de Sinar e ajoelharam ao chão com as faces ao céu e algo neles lhes pediu que pegassem um punhado de terra. Moldaram-na em tijolos e depois os assaram. Através de uma Torre tensionavam fazer o chão tocar o céu pois dentro de si sentiam também a existência de algo que tocava ambos o pó e o paraíso. Eles não o sabiam mas suas naturezas ansiavam a síntese. Apenas no toque entre elas é possível ao humano medir sua existência então a altura da Torre haveria de dar a real escala de seu espírito. Mas conforme a Torre crescia os construtores apaixonavam-se não pelo céu mas pelo mundo abaixo e então decidiu-se. A Torre seria construída para dominar toda a natureza sob a presença de uma única silhueta. Julgaram que uma vez acima seria possível contornar sob os olhos todas as paisagens do mundo, desvendando os mistérios da natureza. Uma Torre do Entendimento. E certo dia foram todos ao terraço e abaixo viam o mundo tão extenso e suas coisas tão pequenas que tudo lhes fugia da vista. Descobriram a existência do horizonte e com ele entenderam sua própria pequenez cognitiva, sua própria fraqueza sensitiva. Tomados de vergonha perceberam que lhes foi furtada até a fala pois já não entendiam-se. Em pouco tempo as estruturas falhavam e os mortais sabiam da inevitável queda. Temeram o fim mas no cerne do medo havia algo a mais. No colapso de sua húbris algo neles despertou. Não havia o que dominar mas apenas amplitude e foi ela quem alargou seus pensamentos. Em seu íntimo agora viam a mesma vastidão que na natureza assustava. Estavam no limite de suas potências, na fundura máxima de seus espíritos onde tudo é inexprimível pois largo demais para palavras. A falta da fala veio a servir bem então. Caíam, mas ao menos agora conheciam-se. Apenas os limitados acessam o Sublime pois só eles superam o contorno de sua potência, ao invés do Deus que, potência pura, está fadado a perseguir-se. Talvez tenha sido esse o motivo. Ao ver crescer a Torre o Deus contemplou uma partícula de poeira e entendeu. Desconhecia a dimensão de um instante. Tomado de cólera fragmentou as línguas.



Thomas Chatterton suicidou-se em seu pequeno sótão. Numa vida sufocada em banalidades nunca descobriu-se mas veio a conhecer a boca da letargia que o engoliu. No momento da morte sua vista falhava. Via tudo incompleto e nas lacunas ele podia expandir-se oceânico. Sonhou ser um ilustre imperador que sob o jugo de seu cetro unificou todos os povos do mundo. A titânica extensão de seu império lhe escapava o entendimento. E súbito seus olhos encurtaram nas paredes do quarto, o frágil corpo trêmulo e a alma escorrendo para outro lugar. Em morte descobriu jamais ter vivido, toda a sua vida um sonho sob portas fechadas. Alienado de si, quase não soube qual dos suspiros foi o último. Morrer foi como acordar.



O abade queria mais luz. No hálito áureo do Deus eu hei de perder-me, dizia. Para sustentar o sopro divino ele e seus construtores ergueram um altíssimo templo todo suspenso em inovadora estrutura de geometria divina. Como se o próprio Deus empunhando um compasso o tivesse feito. Tudo para escorrer o peso da luz. Ou seria, pontuou o mestre pedreiro, a luz acima que levanta a estrutura? E mesmo após erigido o templo, o abade nunca teve a certeza de sentir na luz o sabor divino.


Em dado tempo veio a apreciar a máquina. As voltas lustrosas em seus membros de ferro a tudo indiferentes salvo a perpétua moção. Mas jamais chegou a saber o que era a pequena peça que tantas vezes, na fábrica, produziu. E nas lojas e feiras contemplava toda a abundância de coisas e não sabia qual delas ele próprio havia feito. Tantos estímulos e tudo parecia remoto, assim como remotas eram as pessoas ao redor, assim como remoto era o seu semblante no reflexo da vitrine. À noite sonhou uma exposição onde os objetos admiravam e manuseavam as pessoas das estantes, todas similares pois haviam-nas produzido em série nas fábricas. Ao acordar, conseguiu extrair um sentido divino disto tudo. Pois se somos todos partes esquecidas de seu papel ou propósito no esquema geral do universo mas que devem ainda assim encontrar sentido na lasca de vida que nos é dada, também pode haver um sentido a ser contemplado nas engrenagens às quais ele dedicava todos os seus dias, ainda que — ou por causa de — o papel por elas desempenhado no desenho do objeto final fosse a ele sempre interdito.



O grupo liderado por Horace-Bénédict de Saussure escalou Mont Blanc em 1760. No regresso em meio a uma inesgotável nevasca alguns dos alpinistas viram em sonho os domos de uma arquitetura ou morada celeste de algum tipo. Em seus templos de vidro palpitavam corações de carne macia e doce. Os alpinistas acordaram sentindo-se ocos por detrás das costelas. Convenceram-se de sua existência. Não mais foram vistos.



Ao pisar fora de casa ele primeiro sentiu no tambor da pele a atmosfera latejante e suas têmporas tardaram para se adaptar aos reluzentes corredores da cidade ela toda de mármore branco à frente uma Igreja Gótica cujos ornatos na fachada exibiam uma cena tão sublime que ele foi incapaz de interpretar e sendo assim decidiu seguir em frente sozinho sob o toldo de uma noite sem lua pois ele levantava a cabeça mas suas retinas não encontravam o nobre astro e não à toa também sentiu a falta da estrela do norte e costuma-se dizer que a falta de tal estrela denota a inexistência de um caminho e não é que naquele mesmo dia à tarde ele havia rezado nas cinzas de Saramago e no sussurro das folhas da árvore que delas brotara ele foi incapaz de captar conselho algum que fosse mas mesmo em meio à tais memórias incômodas optou por seguir seu caminho nessa noite sem lua e com astros de arcos confusos e passou ao lado de pessoas de terras longínquas conversando em línguas estranhas com os dentes vermelhos de belo vinho todos eles estúpidos ciclopes prestes a perder Ulisses mas não haviam cavernas pois as esquadrias das construções iluminavam-se mas ainda menos que um imenso pinheiro de ferro onde ele hesitou em entrar pois brilhava de forma indecente atraindo a todos como moscas de fazenda e seguiu até comprar uma cerveja e sentar-se recolhido ao canto de um bar observando toda a gente como certa vez fez Van Gogh em seu Terrasse du café le soir o valoroso romântico solitário artista visando interpretar o inefável de uma existência fugidia pintando em talhos frescos de tinta pois tudo está sempre em movimento a vida dinâmica nos impede de descansar e não há nada senão a reles caça ao retrato do que nunca cessa nada senão a absurda busca pelo instante que está sempre agonizando pois o tempo corre e os planetas correm e as coisas crescem e não há respiro sob o céu nem acima dele pois não há nada no universo senão indiferença então por que pintar imóvel para retratar o fugidio ou o finito para expressar o infinito pois são assim os esforços humanos todos absurdos como é a natureza que nos gerou e cuja placenta é repleta de farpas e na lasca esquerda de seu olhar ele viu um velho com sinusite e barba similar à sua e grossas sobrancelhas como as suas e o sujeito cantarolava a valsa num timbre não de todo estranho e ele notou que as pessoas usavam máscaras e sentiu a carne de sua face de uma falsidade grotesca e virou a cevada e fugiu à ribeira onde o hálito da água era de um frio que ele ainda não havia conseguido acostumar-se e não à toa o dorso do rio crispava em ondulações delirantes que o angustiaram e assim voltou os olhos ao piso onde viu a sombra rasa de seu corpo alongando-se à frente com a cabeça sendo decapitada pelas marés e logo notou ao percorrê-la que ela apontava um farol à distância no centro do eterno Tejo piscando sua tênue luz amarela piscando piscando como a frágil promessa das coisas que sequer damos nota até que algo singelo nos lembra de sua existência e são esses os momentos que cavam o fundo abismo da vida e no leito de meu coração surgiu um anseio insuperável de tocar o farol pois se tanto já andei nada me resta senão mais um passo a grande virtude de seguir em frente quando tudo ao redor é inviável e no seio da noite fria lancei-me à água sequer tirei a roupa e logo senti o peso de meus sapatos ao removê-los engoli água e a ágil correnteza arrastou-me para longe do farol e sob um fio de vida me vi em meio a enormes navios com cascos como torres que urravam e ali a força bruta do rijo deus do engenho e da indústria não me escapou tal é a índole da divindade de todas as ferramentas que possuem função explícita e portanto opõe-se ao inconstante espírito humano que queima nos pés dos peregrinos vagueantes e alcei minha cabeça acima e em meio à névoa celeste notei um avião correndo piscando piscando similar ao que onde eu mesmo havia estado na noite anterior e foi a coisa mais estranha pois lembro-me que havia no avião um menino também chamado Tomas também com o cabelo em corte asa-delta e olhos inquietos e um dente negro pois chocou-se no terceiro pilar à esquerda no pilotis da velha escola e tal menino sentou-se ao meu lado e não disse palavra por todo o vôo senão em dado momento ao mirar as nuvens e dizer E amanhã eu também me verei vendo todas as coisas informes cuja linguagem nenhum livro é capaz de captar foi um típico deja-vu pois algo em mim me fez lembrar da frase e a vinte mil léguas de altura enunciei com ele em simultâneo e eis que agora enquanto eu afogava-me entre goles d’agua eu de novo gaguejava as mesmas palavras e meus olhos inquietos de águia viam numa janela desse avião a face de um menino vendo a névoa e outra atrás piscando piscando ao além do alcance da mão que já pesava miserável sob a água enquanto todas as pessoas falavam coisas que piscavam em seus dentes reluzentes como mármores brancos e em meio à elas na terra como um solícito camarada estava o farol e já não mais piscava.



Tudo isto eu pensava quando o juízo escorreu de meus tímpanos e perdeu-se no vinco do piso entre duas placas de mármore. Deitei-me no chão de ouvido colado ao rejunte na esperança que ele voltasse à mim, leviana sensatez. Meus olhos corriam o quarto e, sentado numa penteadeira etíope ante um vistoso espelho oblongo, vi um homem de costas que penteava-se. Acima do móvel e recolhido na aresta das paredes, notei o vulto de outro corpo. Em longas pernas de alabastro e tronco teso e polido arqueava os braços, excitava as presas. Uma imensa aranha branca, à espera. E então uma cobra colossal, negra, que arremetia contra o inseto. Golpeavam-se pois o réptil queria contorná-la em círculo mas quando prestes a morder o próprio rabo para selar a captura a outra rápido picava-lhe a carne macia, rompendo o amplo laço e enfim correndo as paredes, o réptil atrás. E o homem a pentear-se. Acima costurando toda a cúpula, atada em todas as sobras e ornatos havia uma teia de incontáveis nós, sua trama luzindo na minúcia de seus fios e na mecânica de seu pêndulo, insondável, caótica em sua revoluta e alvoroço. Ali a cobra prendeu-se. Atônito contemplei a sua negra anatomia içada em tão delicada estrutura, seus olhos sem pálpebras correndo a trama em busca de um sentido, de uma saída. Na aliança de seus nós também eu tentava apreender a tua lógica. Mas submisso pela proeza de tal sistema, meus olhos senão testemunharam o virtuoso inseto contrair o abdômen num golpe à carne da cobra, ao fim fria, flácida enquanto era engolida em elegante lentidão. E o homem ainda penteava-se, mas já não haviam cabelos. Raspava na ponta do pente a sua cabeça nua, cavando-a em linhas de sangue. Levantei-me e fui à ele. Às suas costas vi uma face no amplo espelho, a minha face monumental, fitando-se. Pelas fendas do pente notei algo pulsando. Com as mãos rompi a epiderme e fendi o crânio. Incontáveis ovos de aranha. Deles extraí um colar celta de esmeraldas, uma cômoda de pedra-pome, um cinto de bronze, toda a minha coleção derramando de meus braços sobre o piso, deslizando na direção da penumbra, para sempre perdida nos recessos de meus salões. Desperto enfim. Agora, temo, há uma teia em minha mente.



E você entra em seu quarto talvez um tanto inoportuno pois ali jaz o grande homem, teu avô com as pernas para cima sendo manobradas pelas mãos da médica, e você vai ao seu lado e primeiro assusta-se com sua pele gomosa e seus pálidos lábios, os olhos encovados e a vida esvaindo-se na folga do hálito, tão rápido, tão cansado. E a morte aninhada em seu peito. Mas você quer beijá-lo e quando seus lábios tocam-lhe a fronte sente mais uma vez aquele perfume que guarda tanto de tua infância, as tardes douradas e o doce ócio e o barulho dos insetos, o murmúrio dos talheres e o rompante das risadas, tudo ali conservado nas rugas do velho que teus lábios tentam preencher. E tu seguras-lhe a branda mão e lembra de momentos, principia frases na esperança de acender algum tendão neuronal e fala demasiados Você lembra?, Você lembra?, e de fato escuta, nos fiapos daquela débil voz, certas longínquas trovejadas serrando o horizonte do oblívio, palavras-chave que confirmam, por detrás de toda a névoa ele entrevê, e se lembra. Mas também sente, no assentar da poeira sobre a cômoda, o desinteresse, o desapego dele pelas ocorrências da vida, e percebe que isto tudo importa apenas para ti, e dali a poucos minutos ele esquecerá de sua visita, e de suas palavras, e dos lumes acesos nos nódulos da mente, e o teu anseio de ver algo ali realizar-se é vão, e o vínculo genuíno que tencionava construir revelou-se uma conversa sufocada pelo peso do silêncio, inútil, talvez seja melhor deixá-lo só com suas feridas e seus vícios, com seu sossego e tumulto nesta jornada para sempre distante daqueles que ainda guardam distância dos dias últimos. E horas depois teu pai vai ter contigo e você sente a agonia na lacuna de suas falas, nas estrias de seus olhos, e na falta de ter o que dizer, nada diz, e de novo perdeu-se a ponte e no palco do instante não foste capaz de entreter nem discursar, esteve abaixo do que a vida lhe pediu, mais uma vez entendeu o teor momento tarde demais, viu-o de costas, e pensou que amanhã será melhor, e talvez seja, mas esta noite o pai lamentará sem o afago do filho.
Mark

FICÇÃO

    CONTOS
        O Subsolo
        A Casa de Nero
        De Lábios Fechados
        Coluna de Ashoka


    VIGNETTES


    AS VIDAS DOS FILÓSOFOS


NÃO-FICÇÃO

    NO ETERNO INSTANTE:
    ESTUDOS DO        
    SUBLIME

        I. A Solidão de Netuno
        II. A Sombra da Torre Invisível
        III. O Meio-tom da Inconsciência
        IV. O Peso da Luz
        V. A Mente das Mãos
        VI. O Templo sem Deus


    ENSAIOS
        Prole de Ícaro

        Zócalo
        o muro como habitar


    FRAGMENTOS


    CRÍTICA

TRADUÇÕES


    Do Not Go Gentle Into That
Goodnight, Dylan Thomas


CURSOS
SERVIÇOS
INFO/SOBRE

Mark